O carnaval do jabuti
Os bichos resolveram
fazer um baile de carnaval. Cada bicho deveria ir fantasiado de outro bicho,
mas o jabuti resolveu ir fantasiado dele mesmo, o que deixou a raposa
furiosa. O macaco contou ao jabuti que tinha sido proibido de ir ao baile
porque era muito bagunceiro. O que o jabuti fez?
O jabuti riu dizendo:
__Tenho uma ideia.
Você vai e diz que é jabuti fantasiado de macaco. E faça toda a bagunça por
você e por mim. Eu chego no fim.
O macaco deu cambalhota de alegria e foi para o baile.
Ao chegar, a raposa o deteve. A danada
estava fantasiada de pavão como uma rainha.
__Aonde vai? Está proibido de entrar aqui.
E o macaco:
__Pois eu sou o jabuti, não está vendo?
__Ah! - disse a raposa, vitoriosa - com
que então entrou nos eixos! Entre ,entre.
Quando o baile estava no auge deu uma louca no macaco. Saiu aos gritos
arrancando jubas postiças, rabos de algodão, orelhas de palhas, pele de casca
de bananeira. Um escândalo. O rei fugiu
desesperado no seu enorme disfarce de elefante.
Depois que o macaco já tinha acabado com a festa, o jabuti chegou. A raposa, chorando, apontou para ele:
__Jabuti, foi você.
E o jabuti riu e falou:
__Baile de carnaval sem macaco não é baile, comadre raposa. Agora vamos
dançar, cada um com o rabo que tem, com as orelhas que tem, com as garras que
tem. Nada de máscara, dona raposa. isso
fica bem em seu focinho de desocupada e intrigante.
O leão olhou muito serio para a raposa, que se encolheu toda e saiu muito
jururu.
E o rei decretou:
__O baile continua, comandado pelo jabuti,
que é tão vagaroso quanto sábio.
Valmir Ayala. O
macaco e o jabuti. São Paulo: Moderna, 1968.
1 – Este texto foi escrito
sobre que tema?
2 – Quem são os
personargens?
3 - Esta narrativa é do
gênero:
( ) conto de fada. (
) anedota. ( ) fábula. (
) notícia.
4 – Transcreva do texto as
palavras desconhecidas e procure no dicionário os significados.
5 - Ordene a fala do jabuti:
( ) – Você vai e diz que é o jabuti fantasiado
de macaco.
( ) – Eu chego no fim.
( ) – Tenho uma ideia.
( ) – E faça toda a bagunça, por você e por
mim.
6 – Relacione e forme frases
de acordo com o texto:
a)
O macaco foi
( ) que era o jabuti.
b)
A raposa deteve
( ) ao baile.
c)
O macaco disse
( ) o macaco.
d)
A raposa falou ( ) que ele tinha entrado nos
eixos.
7 – O que o macaco tirou dos
animais fantasiados?
8 – O que você achou da
atitude do macaco? Justifique sua resposta.
9 – Como reagiu cada animal
que perdeu sua fantasia? E se fosse você, o que faria?
10 – O que o jabuti disse
para a raposa sobre:
=> o baile de carnaval:
_________________________
=> as máscaras:
______________________________
11 – Releia o final do texto
e respoda:
a)
De que jeito a raposa foi embora?
b)
O que o rei leão decretou?
12 – Escreva, justificando,
se você concorda ou não com a maneira que agiu:
=> o jabuti:
_______________________________
=> o macaco: ______________________________
13 – Que mensagem pode-se
extrair desta fábula?
Leitura informativa
A origem do carnaval
O carnaval é uma
festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através
dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela
fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos
inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos
da Igreja. Com o passar do tempo, o carnaval passou a ser uma comemoração
adotada pela Igreja Católica, o que ocorreu de fato em 590 d.C. Até então, o
carnaval era uma festa condenada pela Igreja por suas realizações em canto e
dança que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos.
A partir da adoção do
carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os
“atos pecaminosos”. Tal modificação foi fortemente espantosa aos olhos do povo,
já que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas
conquistas.
Em 1545, durante o
Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular. Em
aproximadamente 1723, o carnaval chegou ao Brasil sob influência europeia.
Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no
século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas
fantasiadas de forma semelhante à de hoje.
A festa foi
grandemente adotada pela população brasileira, o que tornou o carnaval uma das
maiores comemorações do país. As famosas marchinhas carnavalescas foram
acrescentadas, assim a festa cresceu em quantidade de participantes e em
qualidade.
Agora liste no caderno as informações que:
=> já sabia:
__________________________
=> não sabia:
________________________
O povo andava triste. Estava todos cabisbaixos, de rostos cansados, sem ânimo. O rei andava preocupado. Queria seu povo feliz, ele precisava disso, pois assim seria mais fácil manipula-lo. Poderia aumentar impostos, criar alguns novos, viajar a vontade, roubar, fazer leis absurdas e outras coisas deste tipo; precisava deixar o povo feliz apesar de todos os absurdos que ele o faz sofrer.
A criação do
carnaval
Declev Dib-Ferreira
O povo andava triste. Estava todos cabisbaixos, de rostos cansados, sem ânimo. O rei andava preocupado. Queria seu povo feliz, ele precisava disso, pois assim seria mais fácil manipula-lo. Poderia aumentar impostos, criar alguns novos, viajar a vontade, roubar, fazer leis absurdas e outras coisas deste tipo; precisava deixar o povo feliz apesar de todos os absurdos que ele o faz sofrer.
Como
parecia uma missão quase impossível, o rei contratou os melhores especialistas
em diversas áreas de todo o mundo: psicólogos, músicos, artistas, animadores de
festas, humoristas, bobos da corte, filósofos, entre outros.
O
rei ordenou que ficassem reunidos o tempo que fosse necessário para realizar o
trabalho. Então esses profissionais ficaram discutindo durante horas e horas,
dias e dias, semanas... Após vários meses de reuniões interruptas dentro do
castelo, eles estavam cansados e abatidos como o povo do reino. Decidiram
então, que deveriam descansar e se divertir um pouco. Pediram ao rei comidas e
bebidas a vontade, dizendo que esta festa seria indispensável à continuação do
trabalho. O rei atendeu. Comeram e beberam até ficarem tão embriagados que
começaram a cantar e pular e agarrarem-se. Resolveram fazer uma brincadeira:
todos iriam trocar de roupas uns com os outros. Sentiram-se tão alegres que
dançaram e cantaram o mais que podiam. Do lado de fora da sala, o rei nada
entendia, ouvindo toda aquela cantoria.
No
dia seguinte estavam exaustos, jogados pelo chão, de caras amarrotadas e com a
maior ressaca de suas vidas. Mas estavam felizes como nunca. Foi ai que
ocorreu-lhes um estalo: a resposta estava ai! O rei deveria organizar uma festa,
regada à muita bebida, muita música e muita dança, onde todos trocariam de
roupas com todos. O rei adorou a ideia.
Assim
instituiu o carnaval
E
assim o rei alcançou seu objetivo...
1
– Esta narrativa explica a origem de que festa popular?
2
- Quem são os personagens dessa história?
3
- Onde se passa a história?
4
- Em que época acontece essa história
5
- Qual o clímax da história, ou seja, qual é a parte de suspense?
6
- Qual é o desfecho da história, ou seja, como termina a história?
7- Assinale qual é o gênero textual desta história:
( ) Notícia ( ) Fábula ( )
Lenda ( ) Reportagem
Escreva como você chegou à conclusão:
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8 – Faça uma leitura nas
entrelinhas deste texto e escreva o seu entendimento.
Mais leitura
Dona Filósofa e a
vassoura de piaçava – uma fábula de Carnaval
Manhã de um sábado de
carnaval, num sobrado antigo, não muito longe da Igreja do Monte, em Olinda.
Um passante
esfarrapado anuncia no meio da rua:
- Quem quer comprar
vassoura de piaçava para deixar a casa bem limpinha depois da folia?
Dona Filósofa vai até
a janela do sobrado:
- O Sr. não teria,
por acaso, uma vassoura voadora? Preciso de uma para completar a minha fantasia
de Platônica Perplexa!
- Quer dizer que a
senhora quer alçar vôo até as transcendências? Mas em que plano pretende chegar
– ao das entidades matemáticas, ao das Formas ideais, ou pretende mesmo
contemplar o Bem em si?
- E o Sr. poderia me
arranjar uma vassoura para vôos tão elevados?
- Só depende de suas
reservas de pão espiritual e do vinho da alma.
- Ah, meu Sr.,
lamento muito, mas o meu forno e a minha adega estão quase vazios…
- Antes estivessem,
minha cara Dona Filósofa; de fato, eles estão repletos, plenos de seus apetites
e de sua preguiça.
- Ora bolas, mas o
que posso fazer contra a minha fome e o meu cansaço?
- Nada, minha
senhora, nada. A questão é essa: aprender a querer e a fazer como se fosse
nada, simplesmente nada!
- E o que responder a
meus desejos?
- Ora bolas, agora
digo eu, minha cara, a senhora é surda? Nada, nada mesmo, e sobretudo não ousar
sequer tentar escapar do estado de desejar! Seus estudos não lhe ensinaram que
esse é o estigma da condição humana? Porventura, não aprendeu, depois de tantos
anos, uma lição tão elementar?
- Como é possível,
então, desejar sem preencher de objetos meus desejos?
- Com mais coragem e humildade a senhora
aprenderia. Compreenderia que não está a seu alcance saber de que vinho e de
que pão deve se alimentar! E, nesse caso, só lhe restaria desejar, desejar à
toa, em vão… Desejar com intensidade, pensar com atenção, operar com
diligência, mas sem se deixar enredar por quaisquer objetos ou objetivos.
Lembre-se das palavras do Pater:
Seja feita a Vossa vontade…
Por acaso, a senhora pretende saber qual é a vontade que vem das transcendências?
Já não viveu tantas vezes a experiência do desencanto, até quando julgava saber
o melhor para si? Não tente pois, minha senhora, preencher a sua fome com toda
a pretensão de sua imaginação. Limite-se a reconhecê-la e, creia-me, isto não
seria pouco, seria o limiar da plenitude possível…
- O Sr. sabe se
existe algum Fundo de Reservas Espirituais (uma espécie de avesso do FMI)
que permitisse acesso a algum crédito sobrenatural, algum empréstimo dessa
sabedoria, sem juros existenciais ou outros encargos?
- A senhora quer
crédito maior do que a Vida mesma – a chance de, a cada dia, poder contemplar o
Sol e recomeçar?
Antes de tudo, é
preciso aprender que as melhores vassouras não servem para juntar ou acumular;
servem para limpar e esvaziar. Por enquanto, Dona Filósofa, o melhor mesmo é a
senhora começar aprendendo a lição mais simples e eficaz desta colorida
vassoura de piaçava. Ela servirá também para complementar o faz de conta da sua
fantasia. Contente-se com isso; cuide-se bem e brinque um alegre carnaval; não
menospreze, sem conhecimento de causa e sem a devida iniciação, as cores e as
luzes deste mundo a seu alcance. No próximo ano, quem sabe… Estou sempre
passando pelas ruas como os melhores e mais antigos blocos de folia…
Emília Maria M. de Morais