quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

IAIÁ E SUAS HISTÓRIAS

                                             IAIÁ E SUAS HISTÓRIAS
(Gilberto Amado)

          Iaiá era contadora  de  histórias  à  criançada, que  ao  escurecer, tendo levado banho, depois do brinquedo, vinha chegando para nossa calçada. De cabelos fouveiros amarrados por uma fita, os olhos muito abertos onde a sensibilidade tremia, olhando para todos e para ninguém, Iaiá começava a contar. Fora eu, santo de casa, toda a pequenada sentava-se ali, em torno dela. Onde tinha ido ela achar tanta história de trancoso, tanto conto da carochinha? Saíam-lhe da boca, um atrás do outro, príncipes vestidos de ouro, cavaleiro montado em dragão que botava fogo pelo nariz, bicho falando, velha que come meninos,  a passarem pelos olhos da garotada, presos aos olhos dela, uns babando. Que façanhas, sortilégios e proezas de mouras-tortas, de fadas e de velhinhas feiticeiras, de pagens encantados, de corceis, de palácios e de castelos, não trazia para aquela meninada! Vi muito molequinho chorar com as histórias, sobretudo, nas em que ela cantava, como a do “Jardineiro de Meu Pai”; cantava de cortar o coração. Vi-a, lembro-me tanto, consolando os cabrochinhas, que era só história; os cabrochinhas chorando, e ela a contagiar-se das lágrimas que provocava, chorando também. A verdade é que se esquecia de estava inventando; ficava com medo dos próprios fantasmas, figuras e monstros que criava. Como todo verdadeiro artista, acabava acreditando nas próprias criações. Se tivesse vivido em outro meio, teria sido uma atriz.
Agora faça o que se pede.

I – Marque com um X, o sinônimo  das palavras ou expressões grifadas.

1. Em: “… à criançada, que ao escurecer, tendo levado banho…”  a expressão  grifada pode ser entendida como:

A (   ) tendo levado um jato de água fria                  
B (   ) tendo tomado banho
C (   ) tendo molhado as roupas do corpo               
D (   ) tendo lavado as mãos e o rosto
2. Em: “Fora eu, santo de casa, toda a pequenada…”  a expressão grifada indica que o narrador:

A (   ) vive segundo os preceitos religiosos           C (   ) é inocente
B (   ) tem um coração bondoso                            D (   ) é da família

3. Em: “…uns babando…”  a palavra grifada pode ser entendida como:

A (   ) molhando a roupa                 B (   ) deliciando-se
C (   ) gritando de raiva                   D (   ) falando com dificuldade

4. Em: “Vi muito molequinho chorar com as histórias, sobretudo nas em que ela cantava…”  a palavra grifada equivale a:

A (   ) muito menos                   B (   ) principalmente
C (   ) em compensação           D (   ) de maneira nenhuma

5. Em: “…cantava de cortar o coração.”  a palavra grifada pode ser entendida como:

A (   ) fazer cortes                 
B (   ) separar                   
C (   ) fazer parar                  
D (   ) sensibilizar


II – Marque com um X a alternativa correta, de acordo com  texto:
6. A respeito de Iaiá, lemos no texto: “…os olhos muito abertos onde a sensibilidade tremia…”. Através desse trecho, percebemos que:

A (   ) os olhos de Iaiá eram granes e bonitos.           
B (   ) o olhar de Iaiá transmitia sua emoção
C (   ) os olhos de Iaiá estavam sempre tristes           
D (   ) o olhar de Iaiá era terno e meigo

7. O narrador diz: “Saíam-lhe da boca, um atrás do outro, príncipes vestidos de ouro, cavaleiros montados em dragão que botava fogo pelo nariz, bicho falando, velha que come menino.”. Isso significa que Iaiá:

A (   ) era muito falante                                                           
B (   ) era muito orgulhosa
C (   ) demorava muito para começar as histórias           
D (   ) tinha muita facilidade em inventar histórias

8. Por que o narrador afirma que, se Iaiá tivesse vivido em outro meio, teria sido atriz?
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GABARITO
1. b       2. D      3. B      4. B      5. D      6. B          7. D 
8. Por que ela, com certeza, teria tido oportunidade de aperfeiçoar sua vocação natural de representar personagens de teatro.


Fonte: http://portugues.camerapro.com.br

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